terça-feira , 17 junho 2025
Home / Destaque / Como Pelé ajudou a projetar a imagem do café brasileiro pelo mundo

Como Pelé ajudou a projetar a imagem do café brasileiro pelo mundo

Ícone do futebol, Pelé virou sinônimo de qualidade e sua imagem esteve associada a diversos produtos ao longo dos seus 82 anos de vida. O ex-atleta morreu na quinta-feira, 29, por falência múltipla de órgãos. Pelé lutava contra um câncer generalizado, que atingiu intestino (cólon) e se espalhou para o fígado e início do pulmão.
Logo do início da carreira, aproveitando o sucesso do jovem garoto, o café brasileiro foi um dos primeiros produtos em que a associação começou a ser trabalhada.

Em 1961, o Instituto Brasileiro do Café, órgão vinculado ao governo federal, assinou o contrato com o atleta, que pode ser visto em várias fotos apreciando o famoso cafezinho brasileiro.

Importante lembrar o Rei do Futebol nasceu na cidade de Três Corações, em Minas Gerais, que tem na produção de café uma das suas principais atividades econômicas. O município fica no sul do estado, região que é a principal produtora de café arábica do mundo.

No começo da década de 1970, o nome do atleta é associado de vez com a indústria cafeeira. O craque da conquista do tri mundial (58,62 e 70) assinou contrato com a Cacique Alimentos para a criação da marca Café Pelé, comercializada até hoje.

Segundo o noticiário da época, o acordo garantiu ao ex-jogador um milhão de cruzeiros, valor que correspondia ao uso da marca internamente e na Europa. Para cada país em outro continente, a empresa teria que desembolsar 500 mil pesos.

A parceria unia duas das maiores paixões brasileiras, o café e o futebol. Com elevado investimento em publicidade, a marca se tornou uma das maiores no setor com a sua oferta de café torrado e moído.

Com o sucesso, a empresa resolveu usar a marca para abrir mercados mundialmente para o café solúvel, uma das inovações da época. A Cacique foi a primeira empresa brasileira a trabalhar com exportação desde tipo de produto, com operação iniciada em 1966.

Ao longo do tempo, a marca se consolidou no mercado internacional, sendo exportada para cerca de 50 países.

Desde 2017, o Café Pelé faz parte do portfolio da holandesa Jacobs Douwe Egberts (JDE), que a adquiriu juntamente com as marcas Graníssimo e Tropical. A JDE detém ainda a Pilão, L’OR e Caboclo.

Procurada, a JDE não respondeu até o fechamento da matéria. Caso se manifeste, a matéria será atualizada.

Pirateando a marca Café Pelé

Um fato inusitado que vivido pela marca ao longo dos seus cinquenta anos envolve um episódio de pirataria por uma empresa americana com exportações para o mercado russo. O caso foi noticiado pela Folha de S.Paulo em 1996.

Uma empresa de Miami, sob o nome de RCP Inc, começou a exportar o seu “Café Pelé” para a país euroasiático, com embalagem semelhante ao produto brasileiro. Quando a Cacique descobriu, importou uma pequena quantidade, a partir dos seus parceiros da Rússia, para conhecer o produto. Descobriu-se que era uma café equatoriano e de má qualidade.

E, em outra movimentação, entrou em contato com o Pelé para que acionasse os seus advogados nos Estados Unidos – a Cacique não tinha a marca no País. Os profissionais descobriram que a empresa estava tentando registrar a marca Pelé nos Estados Unidos.

Contatada, a RCP disse que não estava registrada a marca do atleta, simplesmente o nome “Pelé” – um nome bem americano, pelo visto.

No fim, a empresa americana desistiu do registro e das exportações para a Rússia. Á época, a Cacique detinha cerca de 23% do mercado de café solúvel do país, onde comercializava tanto a marca Café Pelé quanto a homônima à companhia, Cacique.

Fonte: Exame (Por Marcos Bonfim)

 

Veja Também

Saude Itinerante Manhuacu jun25 (01)

Programa Saúde Itinerante realiza diversos atendimentos em Manhuaçu

Diversos atendimentos em saúde foram prestados pelo Programa Saúde Itinerante em Manhuaçu, nesta quinta e ...

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *